INFORMATIVO MA | Entenda a revolução digital no mercado de seguros brasileiros
29/04/2021

INFORMATIVO MA | Entenda a revolução digital no mercado de seguros brasileiros

Termos como Open Insurance e Sandbox vão ser cada vez mais utilizados no mercado segurador. Veja o que eles significam:


A desburocratização através da liberdade econômica e do uso de tecnologias já chegou no mercado de seguros e tem tudo para ficar. Em cerca de dois anos, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) já revogou 274 atos normativos para dar mais flexibilidade às contratações. E a ideia é seguir revogando com a intenção de tornar o ambiente mais competitivo, flexível e simples.

"Um dos resultados dessa flexibilização é a possível eliminação de planos padronizados, sem submissão ou aprovação das condições contratuais e nota técnica atuarial pela Susep”, disse Diogo Ornellas, coordenador-geral de Grandes Riscos e Resseguros da Susep, via webinar realizado em setembro de 2020.

Neste cenário de abertura para novos players e novas possibilidades de contrato, ganham espaço as insurtechs. O termo é designado para tratar sobre as startups de seguro, que usam a tecnologia para simplificar os processos de contratação, tradicionalmente conhecidos por ter uma estrutura burocrática e processos de elaboração lentos. Elas chegam com ferramentas como Big Data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, entre outras tecnologias.

Em resumo, essas novas empresas trazem para o mercado de seguros a chamada Revolução Digital. Seja através de sistemas inteligentes ou aplicações para automatização das operações, as insurtechs estão trazendo para o setor o conceito de "experiência do cliente", já que desenvolvem soluções de personalização do atendimento, até então inexistentes no ramo das seguradoras.

Mas o que isso tem a ver com Open Insurance?


Com um mercado cada vez mais competitivo pela chegada de novos players, a oferta de serviços tende a ser mais segmentada. Ou seja, há uma tendência de que progressivamente existam menos empresas oferecendo todos tipos seguros, mas sim especializando-se em uma única área.

O conceito de Open Insurance incide justamente sobre essa diversificação da oferta, buscando criar um ambiente de integração entre serviços e empresas. Em linhas gerais, o termo remete à uma estratégia de inovação aberta, reunindo diversas empresas do mercado segurador que estejam interessadas em criar produtos e apps em uma plataforma de entrega de serviços e dados.

Nesse modelo os produtos, serviços, informações e funcionalidades de uma empresa ficam disponíveis para consumo por qualquer outra. Para dar certo, essa interação deve acontecer em uma plataforma segura, de um jeito simples e com fácil acesso para todas as pontas. Assim o cliente pode montar seu plano contratando o serviço de mais de uma seguradora no mesmo pacote.

Para que a abertura Open Insurance seja possível, é necessária a implantação de protocolos padronizados de integração, as API 's (Application Programming Interfaces). Desde 2019, o conceito tem sido implementado por empresas no Brasil. Mas o movimento é inicial e tem tudo para crescer.

Os fundamentos do Open Insurance


O conceito é baseado em três fundamentos principais:

Inovação Aberta (Open Innovation): os dados e serviços ficam disponíveis para parceiros e outras startups, permitindo o desenvolvimento de novas soluções;

Experiências Digitais: gera experiências digitais inovadoras a partir do uso de serviços e dados das companhias de seguro. Esse movimento deve ganhar rigidez com tecnologias como a Internet das Coisas, que traz veículos conectados e residências inteligentes;

Novos Modelos de Negócios: as inovações e vivências digitais tendem a auxiliar e direcionar o avanço de novos modelos de negócios para as seguradoras.

Este cenário já vem sendo adotado no mercado bancário e tem sido um sucesso, com facilitação não só na abertura de contas-correntes em bancos digitais como na simplificação e velocidade nos processos de tomada de empréstimos, sem que isso comprometa a segurança exigida por este segmento.

Sandbox (caixa de areia) - inovação, flexibilização e abertura de mercado.


O Sandbox é uma realidade no mercado, mas você sabe do que se trata? Ainda este ano, a Susep deve lançar novo Sandbox.

A superintendente da Susep, Solange Vieira, citou em entrevista ao Valor Econômico que, entre as novidades para este ano, sairá uma nova versão do sandbox, a “caixa de areia”, em tradução literal do inglês, que funciona como um ambiente controlado para o desenvolvimento de novos modelos de negócios no setor de seguros. No programa atual, a Susep selecionou 11 empresas iniciantes, que vão receber licenças provisórias como seguradoras, mas com exigências menores, compatíveis com o tamanho das operações.

Em resumo, a Susep está facilitando a entrada de novos players ao mercado, o que favorece todo o mercado de consumo, tornando-o mais democrático e incentivando produtos inovadores.

O segundo sandbox vai sair até maio, segundo Solange. O processo tem atraído interesse até mesmo de grupos de fora do país.

Trata-se de mais oportunidades ao setor, o que interessa tanto aos operadores do direito como aqueles que pretendem expandir seus horizontes de atuação e de negócios.

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